Nossa metodologia
A FutureProofing Healthcare é uma iniciativa que visa acelerar e apoiar a evolução futura dos tratamentos de saúde, acompanhando e avaliando seu progresso em direção a sistemas de saúde mais sustentáveis, personalizados, integrados e digitais. Os índices agregam dados de terceiros credenciados e atualizados para que possamos fazer um levantamento, aprender com as melhores práticas e, o mais importante, iniciar um diálogo para moldar os sistemas de saúde sustentáveis do futuro.
Cada um dos índices reflete o pensamento coletivo de um painel de especialistas, que orientou todo o processo de desenvolvimento desses índices. Cada um dos grupos teve como objetivo criar algo o mais neutral, relevante e abrangente possível, para que os dados existentes orientem a tomada de decisões. Existem limites para qualquer índice, e todos os envolvidos neste esforço reconhecem esses limites: as limitadas fontes de dados disponíveis, a capacidade de aproveitar adequadamente a compreensão coletiva de tantas disciplinas e experiências, e os limites do que pode ser medido.
Processo de seleção de dados
Embora o conjunto de dados seja incrivelmente grande, houve um processo muito rigoroso para decidir que indicadores seriam incluídos nele. Este processo começou com um mapeamento extenso para identificar possíveis fontes de dados.
Como todos os dados incluídos nos índices são dados secundários, terminam refletindo muitos métodos diferentes de coleta de dados. Considerando os desafios apresentados pela catalogação de dados em mais de 50 países, sem dúvida haverá debates sobre os padrões mostrados em alguns indicadores. Naturalmente, podem ser levantadas algumas questões sobre determinados indicadores: se apresentam um quadro preciso da força de um sistema de saúde, se podem ser confiáveis como são relatadas ou se são a maneira mais adequada de abordar um problema específico. Ao compreender que o debate é um desenvolvimento positivo que pode impulsionar a otimização na coleta de dados no futuro, nossa abordagem foi incluir tantos indicadores quanto possível, com a visão de que a escala abrangente do repositório de dados permitirá a leitura de um quadro mais completo.
Critério de seleção de dados
No início do processo, o painel de especialistas de FutureProofing Healthcare estabeleceu diversos critérios que devem ser cumpridos por um indicador antes de ser considerado para sua inclusão:
- Cobertura (todos ou a maioria dos estados membros incluídos)
- Conversibilidade (capacidade de redimensionamento)
- Rastreabilidade (uma série temporal ou a probabilidade de ser medida novamente no futuro)
- Relevância (para um sinal vital)
- Credibilidade (fonte e método)
Muitos indicadores foram considerados, mas não incluídos, pois o painel de especialistas considerou que não cumpriam alguns dos critérios acima.
Destes critérios, três deles são respondidos de forma totalmente objetiva: cobertura, conversibilidade, rastreabilidade. Os dois restantes, relevância e credibilidade, foram avaliados pelo painel de especialistas. Aqui, vale a pena enfatizar novamente a ampla gama de perspectivas e o alto nível de experiência apresentados pelo painel, garantindo uma avaliação genuinamente especializada e que nenhuma perspectiva de "sustentabilidade" tenha sido dominante.
Mais do que isso, os indicadores foram profundamente examinados pelo painel de especialistas, que ofereceu seu conhecimento profundo sobre o assunto para avaliar os indicadores potenciais e sugerir outros dados adicionais para sua inclusão.
Complementação das nossas fontes de dados
Questionário externo
Embora os dados de fontes secundárias disponíveis publicamente pudessem cobrir muitos dos conceitos abordados no Índice de Saúde Personalizada, houve vários casos onde os dados eram muito antigos para refletir com precisão o estado dos tratamentos de saúde personalizados nos países e territórios examinados ou simplesmente eram inexistentes. Para coletar dados ausentes, a FutureProofing Healthcare, liderada pelo Instituto de Estudos Futuros de Copenhague, desenvolveu um questionário que cobre diversas áreas temáticas:
- A existência e o nível de implementação de políticas ou estratégias de registros eletrônicos de saúde
- A existência e o nível de implementação de políticas ou estratégias de medicina personalizada
- O alinhamento do sistema nacional de saúde com modelos de atendimento baseados em valores
- A disponibilidade de formação e treinamento em campos relacionados à medicina personalizada para a força de trabalho da área de saúde
- O uso e a acessibilidade de tratamentos de saúde e relacionados com a saúde para pacientes e para pesquisa
- O uso de diretrizes baseadas em evidências na área da saúde
- A existência e o nível de implementação de políticas ou estratégias vinculadas com a inteligência artificial
- A existência e o nível de implementação de políticas ou estratégias vinculadas com genômica e outras técnicas "-ômicas"
As perguntas basearam-se principalmente no desenho de duas pesquisas conduzidas anteriormente pela Organização Mundial da Saúde e pela Unidade de Inteligência de The Economist. Todas as perguntas apresentavam um componente de múltipla escolha, bem como um campo de “Comentários”, no qual os participantes poderiam fornecer uma explicação ou informação complementar relacionada com cada resposta.
Uma versão on-line do questionário foi distribuída a funcionários dos ministérios da saúde nacionais ou instituições públicas equivalentes, para que respondessem a perguntas sobre os tópicos acima em versão oficial. O objetivo era garantir que os atores com interações próximas e frequentes com as políticas de saúde pudessem fornecer as percepções mais precisas e atualizadas possíveis sobre a situação da medicina personalizada em seus respectivos países ou territórios. As respostas foram coletadas de agosto de 2020 até meados de outubro de 2020.
Quando o período de coleta de dados terminou, os dados gerados pelas perguntas de múltipla escolha foram normalizados e integrados ao conjunto de dados mestre. Os dados qualitativos suplementares não foram considerados durante o processo de normalização, mas poderão ser usados para estudos futuros que permitam o uso de dados qualitativos.
Método de agregação e normalização de dados
O índice foi construído utilizando um “método de compilação de duas etapas”. Os indicadores individuais dentro de cada sinal vital são “compilados”, ou calculados em média, para gerar uma pontuação do sinal vital. Os sinais vitais são compilados para produzir uma única pontuação do índice. Para isso, os indicadores que foram expressos de maneiras diferentes foram todos normalizados dentro de uma escala de 1 a 10, onde 10 representa o país com melhor desempenho, e 1 o de pior desempenho. A escala de 1 a 10 foi escolhida em lugar de 0 a 10, para refletir o fato de que mesmo em países com pontuações mais baixas existem algumas boas práticas com as quais podemos aprender.
Essa pontuação de 1 a 10 foi convertida para 10 a 100, já que as pontuações gerais do índice são mostradas com um máximo teórico de 100.
O método de normalização usado leva em consideração a distribuição dos países da fonte de dados original: por exemplo, se mais países estiverem próximos da qualificação "melhor" nos dados de origem, mais países irão pontuar mais perto de 100 do que de 10 na escala normalizada . Isso nos permite destacar áreas onde existe desigualdade em toda a região. Significa que as pontuações nos fornecem uma comparação entre os sistemas de saúde, em vez de uma pontuação de ideal absoluto; portanto, um 100 ou um 10 indicam que o país está tendo melhor ou pior desempenho entre os sistemas de saúde de uma região no momento.
Abordagem das lacunas nos dados
Considerando o número de países e fontes de dados envolvidos, é notável que muitos indicadores contenham dados para todos os países em um determinado índice. Porém, em alguns casos, faltaram dados em um dos indicadores. Para lidar com isso, foram adotados dois princípios importantes.
- Para garantir uma boa cobertura dentro dos países, a maioria das fontes incluídas no índice cobre quase todos ou todos os países. No entanto, a realidade da coleta de dados faz com que algumas fontes tenham menos cobertura. Como regra geral, procuramos que, no mínimo, 50% dos países seja coberto por uma fonte. Em alguns casos, quando a fonte não cumpre esse requisito e os especialistas determinaram que os dados eram muito valiosos para serem excluídos, os dados foram incluídos apesar das lacunas reconhecidas.
- Em segundo lugar, a abordagem adotada para o cálculo de um valor para o país com dados inexistentes mantém essencialmente a posição desse país dentro do sinal vital, como foi observado em outros indicadores. Isso significa que o país não "ganha" por não ter dados para um indicador onde outros países tendem a ter uma pontuação baixa, nem "perde" no caso de dados inexistentes para um indicador que tende a ter pontuação alta.
Ao utilizar este método, o valor verdadeiro para um indicador específico não está sendo estimado, mas o índice garante que os dados inexistentes não afetem as pontuações no sinal vital ou no índice, usando um valor 'inferido' que pode não ter nenhuma relação com o valor real para esse indicador naquele país. Também fica claro para os usuários quando certo valor é calculado dessa forma.
Todas os indicadores são igualmente ponderados
Com tantos indicadores incluídos, surge a pergunta: quais são os mais importantes quando se trata de sustentabilidade do sistema? Há muitas maneiras de responder a essa pergunta, desde a avaliação puramente qualitativa do valor de diferentes pontos de dados até o uso de métodos estatísticos. Houve uma decisão deliberada de não emitir opinião sobre isso, para permitir que os usuários aplicassem seus próprios julgamentos.
A maneira como isso foi feito é simples: dentro de cada sinal vital, todos os pontos de dados contam igualmente. No índice geral, todos os sinais vitais contam igualmente.
Existem limitações para os dados?
Em todas as etapas, o rigor foi quem ditou os princípios, as metodologias e os procedimentos adotados. Como ocorre com todos os exercícios baseados em dados, existem limitações naturais das quais os usuários devem estar cientes antes de realizar seus julgamentos sobre o que pode ser constatado tomando como base esses dados. As principais considerações são:
- Um índice reúne fontes de dados heterogêneas e pode ser menos preciso que estudos individuais e direcionados. No entanto, nossa metodologia meticulosa garante que os dados selecionados são sólidos e tenta lidar com a possível perda de precisão.
- Somente fontes de dados existentes podem ser consideradas. Nas discussões do painel de especialistas, ficou claro que existem vários indicadores que seriam altamente informativos, mas que simplesmente ainda não existem. Isso significa que há, em certa medida, uma tentativa de fazer uma avaliação da preparação para o futuro com base na realidade presente. Identificar essas lacunas é um dos resultados positivos dos índices, para que a comunidade vinculada com as políticas de saúde possa repensar mais efetivamente que tipo de dados estão sendo coletados.
- Alguns indicadores têm dados incompletos (consulte como foi o tratamento de dados inexistentes acima).
- Para certos indicadores, os dados não foram recolhidos em todos os países ao mesmo tempo, por exemplo, alguns indicadores do Eurostat fornecem os valores mais recentes de todos os países, conforme relatados pelas autoridades nacionais, que podem corresponder a ciclos diferentes. Isso significa que a comparação entre os países pode não ser de igual para igual. Para garantir a consistência entre os países e permitir que cada país controle a forma como seus dados são informados, utilizamos os dados da nossa fonte, o que significa que em alguns casos serão coletados em anos diferentes.
- Os índices analisam a média da informação de cada país e podem tornar menos visíveis as diferenças a nível local (dentro de um país). O objetivo do índice é permitir a comparação entre países, para que cada governo possa aprender das melhores práticas dos outros.
- O índice fornece uma visão geral dos sistemas de saúde em um determinado momento. A pandemia de COVID-19 acelerou mudanças no sistema de saúde que ainda não foram efetivamente medidas e quantificadas, as quais não estão refletidas em nossos índices nesta etapa.
Como a iniciativa FutureProofing Healthcare foi concebida para gerar conversas focadas no futuro que beneficiarão todos os atores do sistema de saúde, reconhecemos as limitações do entendimento atual e incentivamos mais contribuições ativas para melhorar o diálogo. Todos os comentários e críticas são bem-vindos, pois ajudarão a melhorar os índices e torná-los mais úteis para moldar os sistemas de saúde do futuro.